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quinta-feira, 18 de abril de 2019

UM PUNHAL LAVADO NUM VALE DE LÁGRIMAS

Tocam na minha memória
sons de muitas ausências.
Caras que perfumam este vício
absorvido em tragos amargos,
amarelecidos em cascos de solidão.
Nunca é fácil arquivar partidas sem a desejada chegada, mesmo que o faça só para disfarçar a infinita tristeza.
Difícil é enforcar esta dor,
continuar a tentar agarrar um abraço,
um simples aperto de mão,
mesmo uma frase com palavras
que ingenuamente penso nunca irei esquecer.
A memória, logo que me apanha distraído, oferece-me um punhal lavado num vale de lágrimas que encharca todas as recordações.
Dá-me um deitar combalido, um vazio para juntar ao resto, que nunca quero que aconteça.
O meu olhar curvado,
coitado,
mostra-me um alibi cansado de ser mentiroso.

,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA

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