o pintor chegava sempre atrasado.
Abria a porta mal a vontade de fugir acontecia.
No balcão do costume,
no whiskey habitual, e
scondia no entrelaçar dos soluços,
a vergonha que não o deixava.
A cama adormecia latas de cerveja,
e cheiros de vinho vomitado
nos lençóis de gestos encardidos.
A janela que aclarava a cabeça,
enchia os olhos com raios de néon
em forma de poemas.
Cruzava as pernas naquele suor pegajoso
que encharcava toda a esperança.
A fronha humedecida com uma mancha de tristeza, lembrava o bar com o sorriso daquela mulher com quem não falou.
Então,
o fumo do cigarro coloria o tecto,
e ele, como numa cena qualquer molhava a maquilhagem com lágrimas acrílicas.
,2019abr_aNTÓNIODEmIRANDA
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