Nada mais do que um lugar falsificado.
Alguém assustado fugiu do poema
onde estava escrita a sua história.
Sentia-se mal, deslizando ao desbarato naquela solidão sem nome,
da rua das janelas espalmadas.
Há muito que não conseguia enforcar a sua sombra, com quem costumava cerzir longas conversas.
No copo do fundo triste,
afogava desgostos,
ignorados pela amizade há muito arranhada.
Sentia-se mal, quando acontecia lembrar o atalho que o afogou em delírios da mais crédula ousadia.
Secava no estendal da vontade perdida, pitadas de sal com sabor a lágrimas.
Aqueles que lhe pediram o número do telefone, nunca ligaram.
(alguns disseram que era para não incomodar).
Sentia-se mal, nesta caldeirada de egoísmos, adubada com a mais hipócrita das preocupações.
Achou por bem
rasgar o poema.
,2019mar_aNTÓNIODEmIRANDA
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