É muito tarde para arrastar o passado. Não pedi muito Nem mesmo aquilo que precisava.
Não me deste o que tinhas Fiquei
com o resto do nada. Talvez te
tivesse desapontado. Estivemos próximos
mas não somos o mesmo. Talvez um dia
a noite não me apanhe surpreendido.
Já não resta o amor nas nossas almas Mesmo
que não ficássemos satisfeitos não Poderemos dizer que não tentamos. Será o tempo do adeus? Os nossos sonhos Ficaram tão juntos
e esfumaram-se em manuais de angústia.
Agora segredas-me ao ouvido beijos ainda doces Mas
continua nos meus olhos a infinita tristeza. Poderá
todo o meu perdão comprar toda a tua boa Vontade. Veste a cama de cambraia E cheiros de hortelã De certo estarei morto na Manhã. É uma hipótese prevista. Senta-te longe. Não quero
que observes o Vermelho dos lençóis Porque
a morte não tem cara e dança sons de Silêncio na minha cabeça num lento escoar
do Tempo. Dói-me
o que me resta da Vida! Sem
lugar. Sem saída. Infinita tristeza cantada Numa canção Porque o amor desta vez Foi em
vão. Talvez
um dia o Delírio não me apanhe surpreendido.
Talvez o transito não atrapalhe a minha pressa.
Talvez alguém distraído não responda ao meu adeus.
Talvez um dia tudo não passe duma promessa
aNTÓNIODEmIRANDA
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