FRANCIS PICABIA ( 1879 - 1953 )
Pintor e escritor francês, Francis Picabia foi uma das figuras mais importantes do movimento Dadaísta, em França e nos Estados Unidos.
Estudou na École des
Arts Décoratifs em Paris, entre 1895 e 1897, e desde cedo ganhou
forte reconhecimento com as suas paisagens inspiradas no
Impressionismo.
Na primeira década de
1900, Picabia foi aliciado pelas ideias de vanguarda que surgiam,
sobretudo pelo denominado Orfismo que Apollinaire lançou em 1912.
Esta forte influência, levou-o a abandonar as suas experiências no
âmbito do Impressionismo e do Pontilhismo e a dedicar-se às
composições tendencialmente cubistas, bastante coloridas e ricas em
contrastes.
Em 1912 expôs com o
grupo Section d'Or e em 1913 no Armony Show, em Nova Iorque. Durante
a I Guerra Mundial, Picabia viajou por vários países do mundo,
fixando-se em Nova Iorque em 1916, onde colaborou com o fotógrafo
Alfred Stieglitz, na sua Galeria 291 e na revista com o mesmo nome.
Durante este período tornou-se igualmente próximo de Duchamp. Mais
tarde, neste mesmo ano, estabeleceu-se em Barcelona onde publicou a
primeira edição da revista 391, como alusão ao seu envolvimento
com a 291 em Nova Iorque. As 19 edições publicadas entre 1917 e
1924 foram de primordial importância para o desenvolvimento do
Dadaísmo em Paris.
Em 1919 regressa a Paris,
e até 1924, produz os seus trabalhos dadaístas mais importantes.
Neste período, deu origem a escândalos públicos com os seus
panfletos literários e também com os seus desenhos intencionalmente
chocantes.
Em 1924 Picabia corta
relações com os surrealistas, abandonando Paris e o atelier de
arte.
Nos anos 40 produziu uma
série de pinturas de figuras femininas, nuas e imbuídas de um forte
erotismo. Estes seus trabalhos kitsch foram considerados, por uns,
como grandes precursores da Arte Pop.
No final da II Guerra
Mundial, Picabia regressa a Paris, reinventa novos métodos e recicla
elementos dos seus trabalhos anteriores.
Embora enquanto artista
dadaísta Picabia tenha sido bastante reconhecido, é apenas nos anos
80 que a sua arte, particularmente nas suas fases finais mais
controversas, foi reavaliada pelos novos artistas americanos e
europeus, como David Salle e Sigmar Polke, sugerindo caminhos nos
quais as complexidades do desenvolvimento de Picabia continuam a
provar ser influentes.
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