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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

QUEM EMBELEZARÁ A MINHA VAIDADE?

 


Dizem-me que não penso 
aquilo que sou.
Tenho a fala que também se afoga 
nas ondas dos animais traídos. 
Talvez o meu querer não passe de uma anómala suposição. 
Nada já me contentará
se assim for o desejo da rapsódia 
que erradamente imaginei. 
Este bater teimosamente 
timbrado na minha cabeça 
obstinado 
manhoso
ardiloso asqueroso, 
porque continua a ordenar o meu sonho? 
Mostro-lhe os abraços massacrados 
mas os gritos alucinam o sossego que imploro. 
Nada mais do sangue que me contagia poderei oferecer à animalesca vaga 
desta inquietação.
Quem embelezará a minha vaidade?



,2024Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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