Nos tempos com asas para o fim voa
distante o caminho do amparo nem sempre
com elevados índices de consideração.
Dizem impostor este teimoso capricho do
acordar.
(Quem me dera a mim outro mundo neste
fraco viver).
Certos futuros nunca caberão na minha
bossa.
Guerreiros desleixados combatem a
velhacaria do destino.
Dizem-nos muito bons.
(eu é que não tenho jeito para gostar
dessa merda).
A paciência que exibo mudou de capoeira.
Um homem não treme
(ideia estupidamente absurda)
do bobo do leme.
Olá musas desencantadas.
Deixai de andar desvairadas à procura
do enfermo remo.
Ai agora é que tremo qual rena
num trenó na atarefada entrega da nostalgia.
Ó besta quadrada tendência desembestada
(árdua missão naufragada
num impiedoso autoclismo),
quando deixarás de importunar o peluche
que precisa de exílio?
No caminho da memória
escondo as fraldas da lucidez
limada num ribombar ensurdecedor
que atrapalha o ânimo que me entende.
Mas não é esse a essência que procuro.
,2024Nov_aNTÓNIODEmIRANDA
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