A minha carruagem está a chegar.
Não me lembro de uma só vez em que esta
cidade desse pela minha presença.
Não pretendo o amanhã como outro dia.
Já não tenho tempo para coisas inúteis.
Deixo-vos essa angústia enquanto
vou estrelar o céu.
Como é que estão?
Sentem-se bem?
Não acredito.
É melhor tomarem qualquer coisa que não
deprima a hipótese do habitual.
Hey, baby.
Tardas em aparecer.
Tenho para ti as flores que roubei
daquele pomar
infestado de olhares curiosos,
onde só queríamos esconder
o destino da lua.
Tínhamos sempre que fugir pela porta
das traseiras,
lambendo um chão conspurcado
por uma lei que sempre ignorou o respeito
que nos era devido.
Eram tão corriqueiros os sons das sirenes,
que enrolávamos o medo
em mortalhas cheias de nojo.
Tocávamos as mãos num azul que nos traía,
e juntávamos os lábios com decibéis de
fahrenheit (s) proibidos.
,2017nov_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
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