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domingo, 28 de agosto de 2022

MINUETE

 
Não é justo que todos os outonos 
lavem as paixões tardias transformando-as, 
com a sua pressa de inverno, 
num qualquer instante inacabado. 
O que faremos às palavras nunca ditas, 
gravadas na almofada 
onde dorme o sonho nunca lembrado?
Navegam elas num ventre lasso, 
com botas que lambem 
uma estéril melodia rasgada com voz de lâmina. 
Dançam agora marionetas, 
minuetes num impulso quebrado.

Vou errando.
Ouvindo lamentos bulidos pelo vento. 
Não me é estranha a sua angústia.


.2015aNTÓNIODEmIRANDA 


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