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quarta-feira, 31 de agosto de 2022
terça-feira, 30 de agosto de 2022
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
PARA QUE CONSTE ! A importância aqui, é mesmo relativa.
- DETESTO AS PESSOAS QUE CONSTANTEMENTE PEDEM DESCULPA. ESSAS SÃO AQUELAS QUE NORMALMENTE REPETEM A ASNEIRA.
- ESTOU FARTO QUE ME OFEREÇAM AQUILO QUE NUNCA ME PODERÃO DAR.
- NADA PEÇO A UM RICO. A DIFICULDADE QUE ELE EM DAR A MINÍMA COISA, É INFINITAMENTE MAIOR QUE A MINHA NECESSIDADE DE RECEBER.
- SIM ! CLARO QUE SOU DIFERENTE ! TENHO GASTO ESTE TEMPO A ALIMENTAR ESTA IDEIA. NUNCA CONCEBERIA A MINHA EXISTÊNCIA DE OUTRA MANEIRA.
- ÀS VEZES FINJO NÃO OUVIR. QUASE SEMPRE NUNCA ESQUEÇO. E A QUEM ME PEDE DESCULPA, SEMPRE RESPONDO : NÃO SE PREOCUPE, ISTO NÃO SE VAI REPETIR.
DESPEJO ABRAÇOS NA LUA DOS SEUS OLHOS
Digo um até logo aos livros.
Está na hora de acalmar um passado ansioso,
e ,
diluir gentilmente
a subtileza
no copo da tristeza
cansada de mentir
opções requentadas.
Está na hora de me esconder no tapete
Despejo abraços na lua dos seus olhos,
2019ago_aNTÓNIODEmIRANDA
MEMORY
2016,12aNTÓNIODEmIRANDA
domingo, 28 de agosto de 2022
MINUETE
Não é justo que todos os outonos
lavem as paixões tardias transformando-as,
com a sua pressa de inverno,
num qualquer instante inacabado.
O que faremos às palavras nunca ditas,
gravadas na almofada
onde dorme o sonho nunca lembrado?
Navegam elas num ventre lasso,
com botas que lambem
uma estéril melodia rasgada com voz de lâmina.
Dançam agora marionetas,
minuetes num impulso quebrado.
Ouvindo lamentos bulidos pelo vento.
Não me é estranha a sua angústia.
.2015aNTÓNIODEmIRANDA
sábado, 27 de agosto de 2022
UM PEQUENO QUARTO A ABARROTAR DE PENSAMENTOS
Azedar o acordar que cospe na vontade.
Tenho que sair daqui.
Abandonar este destino amarrotado,
até porque os anjos,
já não reconhecem a minha assinatura.
Ouço as suas vozes que
nunca secarão as lágrimas
que rolam na minha cabeça.
Carrego um corpo grafitado,
num delírio ronhoso que não assassina
a mórbida curiosidade dos observantes.
Se acredito em deus?
Tenho a certeza que ele
não se importa com isso.
,2021Agosto_aNTÓNIODEmIRANDA
GOSTAR QB
Não me interessam as intenções
Nem as instruções
para um comportamento normalizado
Nem os manuais
Do conhecimento especializado !
Delas, está o meu forno cheio.
Gosto das boas palavras
Das boas ideias...
Não gosto de conselhos
Só admito sugestões !
Gosto dos factos
E das suas consequências
Detesto a imposição das soluções !
Gosto de pensar
Que vale a pena ser optimista
Gosto da sedução
Do presente sem chão
Do futuro preocupado em vão
De dizer mal QB
Que me tratem por você,
Dando a isso a devida importância.
Gosto
De quem eu não gosto,
Continue a não gostar de mim !
Do que é que eu ainda mais gosto ?
Se não se importam,
Isso fica para mim.
… Como diz a minha amiga Ana Tecedeiro :
Não ando por ai a dar poesia de borla.
Nunca se sabe como vai ser
O dia de amanhã.
2014.aNTÓNIODEmIRANDA
SEM RESSENTIMENTOS
Ele, um velho conhecido,
faz-me igual favor....
Sintonizo o Jack,
saboreio o Daniel`s
e entretemo-nos com conversas amistosas.
Penteámos memórias,
rimo-nos de algumas histórias
e despreocupadamente observamos
as varizes que o tempo nos vai oferecendo.
Tenho menos cabelos no peito,
embora saiba que alguns foram deixados a preceito.
Queimo neste devagar,
fotografias nada interessadas
neste desfilar de recordações.
E um velho,
tão usado como eu,
entrega-me discretamente
cigarros com sabores
que continuo a gostar.
Este mundo é um lugar
cada vez mais escondido
e eu continuo a desejar
ter outros atractivos.
Desligo-me.
Não presto muita atenção ao mundo.
Ele paga-me com a mesma moeda.
Ficámos quites nesta penúria.
Sem ressentimentos.
,2017ago_aNTÓNIODEmIRANDA
sexta-feira, 26 de agosto de 2022
O MANUAL DE INSTRUÇÕES
O nó da gravata, tropeça na azia.
Correu-lhe mal a faloplastia.
Tantos passos causam-lhe embaraços.
A mãe, atenta, só o vê pelo canto do olho.
A panela ferve ao lume. Vazia.
O caracol comeu todo o repolho.
O herbicida tornou-o zarolho.
O LP está furado.
Tem um risco maior que o meio.
A música salpica as paredes,
O gajo de cima com a voz de castrati,
Está a testar o novo vibrador.
Não sabe inglês.
Não compreende o manual de instruções.
Pouca vergonha.
Ácaros pedrados.
Não fui eu que lhes dei os charros.
Por favor, quando tiverem tempo,
tirem-me deste filme.
.2015aNTÓNIODEmIRANDA
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
quarta-feira, 24 de agosto de 2022
"O POETA NUNCA DIZ QUE É POETA" (nota do Senhor Levi Condinho)
Depois deste poema, o tal que é para o senhor Ferlinghetti, só posso exclamar: “Bolas”, finalmente há um poeta que não se arma em pavão de leque aberto… Não vou citar nomes, a lista seria longa, mas poetas, ou poetastros como eu, rebentando de vaidade, cujos umbigos mais se pretenderiam rivalizar com as estrelas, houve, há e haverá muitos. O problema é que não vislumbram que o poema – e nada a obstar – não passa de uma punheta, sim, uma punheta, com mais ou menos semente deitada à terra, como a deitou ostensivamente o bíblico Onam, que ousou desafiar Deus contra a norma da procriação… Foi um herói-anti-herói, portanto, não me venham denegrir o onanismo, tão cúmplice do que é ou se apregoa como poesia…
domingo, 21 de agosto de 2022
“PEACEMAKER”
arritmias em óptimo estado de conservação.
(Portes pagos pelo destinatário).
sábado, 20 de agosto de 2022
sexta-feira, 19 de agosto de 2022
quinta-feira, 18 de agosto de 2022
À VOSSA CONSIDERAÇÃO
do que viver a morte num
minuto.
. A morte é uma possibilidade que nunca ponho de lado.
. É preciso tirar tempo
ao tempo
antes que o tempo
nos roube
o momento.
. Abanar o capacete irrita a caspa.
. Dizem-me um ser difícil.
Garanto que a minha grande dificuldade
não é essa hipótese
. O que julgamos saber não presta.
Conhecer é que é importante.
. Navegar à minha maneira?
Como?
Só apanho gigabites falsificados.
. Prometo-vos um atestado comprovativo de falta de assiduidade mental.
2017,ago_aNTÓNIODEmIRANDA
quarta-feira, 17 de agosto de 2022
JAZ O TEMPO NUMA INDÚSTRIA PESADA
onde todas as ocasiões são pintadas
com a esperança suja.
Dizem-nos para termos cuidado
com a alta tensão in-civilizada,
não vá o diabo tecê-las,
quando deus se esquecer de ser mau.
Só precisamos do pão para a boca,
embora a falta imensa do que sentimos
seja a única realidade presente.
Precisamos avidamente de gestos amigos
e atitudes respeitosas.
De tentações que nos percam
de vez em quando.
De fotografias que nos confortem
e de todas as sabedorias
que nos tornem capazes.
Precisamos de uma utilidade
sem consignação.
2016,08aNTÓNIODEmIRANDA
P.
Já não posso sofrer por ti
Só tive aquele tempo
Não me deste o momento
Para aquilo que te prometi.
Do resto fica o desejo
O adiado beijo
A ideia em flor
E a triste intenção
Que o medo matou.
Ai meu amor
O que eu faria por ti
Se me tivesses dado o tempo
Ou apenas o momento
Para o sonho que não vivi.
Ai meu amor
O que eu não fiz por ti
Mas não tive o momento
Nem sequer o tempo
Na vida que morri.
Que não me deste o momento
Ficará o lamento :
Tu sabes que não te menti.
jun2010 aNTÓNIODEmIRANDA
segunda-feira, 15 de agosto de 2022
"O CAPTAIN! MY CAPTAIN!"
da poesia emplumada
castrada por tanto pó
numa escrita absurda
Nefasto conceito
cultivado em academias
chocadeiras do embrião
decadente
Tu mostraste
que a força do poema
não tem guarida
nem suporta
o tédio absurdo do caixão
Palavras libertas
empurram finalmente
outras portas
Tenhamos somente
coragem para nelas tocar.
Que se ame
aqueles que sangram as palavras:
Os Poetas
Nunca os que corrompem
o verdadeiro sentido da poesia
secando a falta da alma
num estendal vazio
"O Captain! My Captain!"
VEJO NOS OLHOS OUTRO MUNDO
Uso lentes de cotão oftalmológico, o que não é lógico para quem pensa que poderá realizar aquilo que esqueceu.
Agarro os bocados de vidro esborrachados na palma da mão e recorto-os como lembranças que nenhum turista compreende.
Estendo esta visão numa banca, na esquina da curiosidade mais frequentada.
Doce ideia caramelizada em formas de pó de arroz, cuidadosamente embalada em caixas de melancolia regional, com pré impressão de qualidade da edição limitada, assinada e lamentada pelo autor, que de tanto desespero, ainda conseguiu fugir a nado para uma "private gemes session" nos banhos púdicos da vergonha alheia.
Alheia à sua vontade, circulam por aí, os panfletos mais enganosos publicitando uma qualquer pousada da felicidade.
A felicidade está cada vez mais gasta e é justo admitir que morreu de velhice antecipada.
Antecipadamente previsível, é a inviável hipótese que todo o engano só depende do acreditar.
No acreditar é que está o ganho e por isso, ninguém saúda os não ganhadores.
Os não ganhadores, têm a urgência de apanhar juízo para não serem estrangulados nesta marmelada bafienta, barrada com artifícios mentalmente desalojados.
Há que continuar o não aplauso do nosso próprio falhanço.
Outras coisas acontecerão.
Sejamos unicamente dignos de não comprometer a sua aparição.
2016,11aNTÓNIODEmIRANDA
"COMO SER ANJO" (nota do Senhor Levi Condinho)
Na página 50 desse livrinho sublinhei, aquando da sua leitura, talvez em 1970, e nunca me esqueci:
“Quando se morre deve procurar-se outro caminho, e não voltar atrás, para o quadro estreito duma cidade que nos apunhalou, duma árvore que nos traiu, dum reclamo luminoso que nos atravessou como uma seta.”
Há aqui, num sentido lato, uma filosofia consoladora que tal como a aceitação do absurdo como alavanca vital ( talvez em Camus), acaba por abraçar um poema, como este, escrito quase 50 anos depois.
domingo, 14 de agosto de 2022
ANJO APAIXONADO
NÃO IMPORTA SER FAMOSO
A FUGA PARA O EGIPTO
num tuk tuk.
delicadamente recusou este tour.
José atónito,
Herodes desesperado,
deitou fora o gps.
FRACASSOS PINTADOS
A vontade não alcança tanta pequenez.
Os limites são formas sem cor, dilatam-nos as veias. ...
Não faz sentido tanta procura da razão.
Temos a febre e esta geralmente não nos consegue.
BORIS não é ( le) VIAN (o)
Temos noites que queimam a lua quando ela consegue esconder o último negativo do medo. Um banco sentado no jardim, sorri para “As Formigas” que escutam a velha canção. Tapámos o espanto que nos adoça a boca, já limpa dos lábios de vinho. A sina envelhecida, mesmo falida, brinca na “Erva Vermelha”, como se o “Outono” só acontecesse em “Pequim”. Boris está atento à música do Vian, lá no clube onde toda a gente “Cospe” ...na sua própria “Campa”. Sullivan, mastiga a pastilha requentada, e num hino para os desertores da felicidade mentirosa, espalha no Boulevard de Saint Michel, teclas de um acordeão abandonado pintadas com “Blues para um gato preto”.
Alguém continua a morrer fora da notícia.
Claro que há sorrisos que mentem.
& o pavor, no verbo da ousadia ausente, tem no tempo sempre presente, “O arranca corações”.
sábado, 13 de agosto de 2022
sexta-feira, 5 de agosto de 2022
A MORTE NÃO ACABA AQUI
,2020Ago_aNTÓNIODEmIRANDA