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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

NOSSA DAMA DA INQUIETAÇÃO

 Saem-me caro as bebedeiras da mentira 
engarrafada na adega da poesia.
Prometeram tantas histórias, 
mas sempre soube que nem todo o brilho 
me leva à estrela.
Pobre caminho este, 
que conspurca sombras.
Nem me interessa saber como estou.
Está a chegar a colheita dos dias menores 
para me entregar horas de euforia. 
Correr nos dias que morrem, 
é um acto de coragem.
O resto, são divagações 
entregues em domicílios trocados.
Arrasto memórias até ao outro de mim.
Há quem diga que o sol 
se levanta todas as manhãs.
Nem por isso lhe gabo a teimosia.
Que alguém lhe mostre a janela 
da minha inquietação.

Os deuses não têm culpa de alguém 
ter a necessidade da sua patética existência.




,2021Jan_aNTÓNIODEmIRANDA


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