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domingo, 21 de fevereiro de 2021

ASSIM FOGE O TEMPO

 

Por vezes deixo-me perder 
no conforto do desassossego.
Lapido um coração de inox
que mente, quando me pertence,
enquanto alvejo nuvens dos dias do Outono.
Escrevo inutilidades nas folhas caídas,
sabendo que essas palavras desprezarão
todas as memórias.
Cães ladram sonhos
num vomitado abusivamente conhecido.
As pérolas libertaram-se do colar,
e o tiquetaque incomoda os silêncios da decência. 
Assim foge o tempo,
embrulhado nas pistolas
de brincar.

,2021Fev__aNTÓNIODEmIRANDA

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