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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Diane Di Prima

 MEMÓRIAS DE UMA BEATNIK

Eu e a Diane Di Prima

Num quarto escuro

E com a televisão apagada.

Não me lembro!

Será que foi mentira?

Queimámos artifícios de poemas,

e com a ajuda das barbas do Allen,

escalámos uma parede do Chelsea Hotel.

Lá para os lados de Brooklyn,

Timothy Leary procurava fósforos ungidos,

para aquecer a neve que lhe fugia dos pés.

Em Central Park,

esquilos simpáticos ofereciam rugas do velho jazz,

embrulhadas em papel de amendoim.

O sol acordou tarde naquele dia.

Tinha estado numa jam com Charlie Parker.

Eu e a Diane Di Prima

Num quarto escuro.

Há invenções

que me permitem

o sonho.

,2017mai,aNTÓNIODEmIRANDA




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