Se algo de mim se vendesse,
mesmo que não me apetecesse,
eu que era tão bonito
e já me não quero,
comprava o que de mim vai faltando,
eu que era tão bonito
e já me não quero.
Se algo de mim acontecesse,
talvez alguma luz se acendesse,
eu que era bonito
e agora desespero,
comprava não com dinheiro
o que de mim ficou a meio.
Eu que pensei bonito
estar perdido neste ser aflito,
se algo de mim ficasse,
nesta alma de trespasse
fintada pela minha sombra,
talvez depois ousasse
voltar ao que de mim restasse,
e depois só beijar o adeus
de todos os caminhos
escritos pelo tempo que passasse.
Eu que era tão bonito
e já me não quero.
2017,jun_aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário