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sábado, 11 de janeiro de 2020

CORAÇÃO MALTRAPILHO

Memórias que perco com o gastar do tempo, lágrimas que fogem na pressa violenta, escondidas na sarapilheira que conforta 
a secagem dos anos.
Na cama que me inquieta, tento arrumar sorrisos, calafetar abraços, e no logro habitual, passo na pele um bálsamo supostamente milagreiro para acalmar a nostalgia.
Escrevo na timidez das palavras, aquilo que me apetece fazer. Gravo no chão prenhe de sombras, um olhar sem validade, que sacode um adeus sacana, sempre pronto a iludir-me. Paro na nuvem aflita, com o respirar que lhe ofereço. Não sei tanto assim do desespero, das virtudes que ele possa prestar. Nada conheço das tendências da felicidade, dos sonhos com ida e volta, do jejum magnânimo que só me enjoa.
Coração maltrapilho, infiel amigo das imprecações que costumo rezar:



NÃO CHORES POR MIM. 





,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA

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