&
as palavras vazias que dizemos escritas em folhas que entopem
sargetas Compram-se como recordações num qualquer armazém de
revenda Talvez alguém ainda creia na sua importância Riscada por um
giz malicioso no quadro do mau comportamento exemplar Ousadia
arrependida dor fina e fria Tingida a vermelho pelo fio da navalha
Moda canalha pisada em passadeiras vaidosas Portas fechadas não
revelam segredos Pensámos nós que escondem medos Mas o que se passa
No outro lado da vidraça É um bafo preguiçosamente limpo Pelo pano
do dó Tarda a calma Sentada numa culpa sempre pronta e traiçoeira
Como se fosse um rio sempre a fingir De resto, nada de novo
Continua-se a comer o povo Pitéu nunca caído em desuso Desculpas à
Brás Com ou sem natas Manhas habituais à Gomes de Sá Penas
matinais Maldosamente cozinhadas a vapor
Temporariamente
indisponível Digo-vos
adeus Até ao meu regresso.
,2016/01
aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário