LISBOA
BLUES (69)
É
como se tivessem posto uma aranha no meu guisado.
Ou
trocado a moeda da sorte que nunca tive.
Parafuso
desapertado, rosca moída, vida fodida.
Feliz
e nada interessado,
Caminho
pela humanidade
Com
um ramo de espinhos, que nunca tiveram rosas,
Batimentos
estranhos do coração,
Viajam
amolgados
Dentro
de um tuk-tuk que borrifa esta cidade,
Emporcando-a
com toda a inanidade.
Como
está diferente o cheiro das suas ruas.
A
ignorância anda livremente espalhada.
Aborrecem-me
esta espécie de sorrisos,
Que
me olham como se eu fosse um fardo de palha.
aNTÓNIOdemIRANDA
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