Que amor, irei matar esta noite? Só tenho sete lâminas numa
faca com demasiadas falhas de vontade. Que sentimento irá atraiçoar o meu
coração cansado para tanto ritmo pretendido? Que viagem poderei tentar? Não
existem suites disponíveis para tanto desespero amargurado. Rio o que vêm de
mim, como se o gume estivesse desafinado. Melodia com dós sustenidos, tantos
mis surpreendidos, clave/cave sem sol. Eu sou uma partitura orquestrada numa
mentirosa batuta, que faz de mim o mais mentirosos dos maestros. Soltem as
notas, esta música não poderá nunca, ser tocada. Regresso a mim. Ainda não
consigo o bailado dos dedos. Tenho jeito, mas não sei a maneira. Não tenho
palheta, tenho o sonho angustiado na algibeira, brigo com uma pauta, fingindo esquecer
o que me falta. Que angústia matarei? A minha, ou aquela que não me pertence?
Pistoleiro sem eficácia, nem tiro nem queda, cavalo mal treinado, coragem fora
de horas, alquimia montada sem esporas, selada com farpas incendiadas. Que
amor, me matou esta noite?
2015aNTÓNIODEmIRANDA
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