Tenho
sempre esta mania!
Uma
satisfação inconseguida de escrever. Palavras. Agora são 3 e ½ da
manhã e o meu cão, amigo solidário, lambe os tomates com a única
intenção de não me deixar adormecer. Somei mais um dia. Tudo
tentei para que não fosse igual às horas de um outro qualquer, que
pensava que eram importantes. A importância, como dizem os
malabaristas, é fundamental. Os feios também ingenuamente pensam o
mesmo. Os distraídos, tardiamente ou quase sempre nunca, darão por
ela. Os meteorologistas riscam tanto os mapas e, surpreendidos com
tanta imaginação, perdem o fio à meada, do tempo não percebem
nada, mas prevêem as mentiras mais sensíveis. Isto é :se chover a
chuva pode molhar, senão, utilize á mesma o chapéu pois coisa boa
não irá cair do céu, avisam com a veracidade possível uma
eventual e acentuada diarreia nos pombos, que, inadvertidamente com
a merda que fazem, alteram o vermelho de qualquer semáforo bem
comportado. Como sempre o governo estará atento. Isto sim, é uma
importância sebosamente impregnada de toda a nulidade.
Aqui
está! Esta mania de riscar palavras, é um exercício difícil.
Conheço poucas letras. Aprendi alguma coisa na escola. Mas foi mais
tarde que fui conhecendo as coisas que realmente me ensinaram.
Igenericamente fui um bom aluno. A consciência do que aprendi
tornou-me um aprendiz incómodo. Era muito novo, mas nunca achei
grande piada aos livros de cowboys. Para além dos erros
ortográficos, achava estranho, bizarro mesmo, o facto dos índios
serem sempre os maus do filme. A américa, ainda não deu por ela.
São
4 da manhã.
O
kiko ressona.
O
relógio da cozinha funciona.
Resta-me
convencer a minha cabeça que não são estas as horas convenientes
para escrever qualquer coisa de sensato.
,2015abr-17_aNTÓNIODEmIRANDA
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