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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Para o Zé de Várzea

temos o tempo

vivemos o momento
sem saber a medida
deitamo-nos com as horas
e descansamos o relógio do nosso pulso.
gastamos o desejo
no instante que conseguimos.
nós gostamos
rimos e choramos
cantamos todos os medos
estivemos
olhamos
sentimos
consentimos o abuso:
não temos culpa
que a morte nos dê uso.
a partida é sempre
a viagem que nos espera!
os epitáfios deveriam respeitar
a nossa opinião.
a nossa memória
não será nunca uma conveniência alheia.


quero que a morte
me apanhe desprevenido
e que as minhas cinzas
desenhem no ar
uma única palavra :


amigo.




Maio27.2010

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