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sábado, 6 de fevereiro de 2010

SOMBRA

Vigia a tua sombra

existe ainda um fantasma

dentro de ti

a liberdade chegará

malgrado a vontade nula

que ponho na minha sobrevivência.

É chegado o momento

de encararmos as coisas
com a frontalidade possível.

Façamos da incoerência

a nossa amada e tão necessária

coerência

e,

sobretudo

continuemos a evitar

as perguntas perturbadoras.
É urgente
a paixão ardente
o amor violento
que emane
sem margem para
quaisquer dúvidas
a nossa malvadez
o nosso gentil ódio.
Sim,
a liberdade chegará
e, embora sem sermos capazes
de compreender a sua presença,
escreveremos o seu nome nas paredes,
soletra - lo - emos
letra a letra,
pelo que ela não deixará de
ser aquilo que sempre foi :
uma palavra agredida
pela nossa futilidade.
Perdoa - me ! perdoa - me 100000 de vezes
por não ter
um filho teu.
mas tens de admitir
que a vida é dura
quando um homem
só tem
aquilo que deus
lhe deu !
( e deus não existe ! )


Vigia !
vigia a tua sombra
há sempre um fantasma
dentro de ti.
Vigia !
vigia o teu fantasma
há sempre uma sombra
dentro de ti.
Não fiques intrigado
com o teu próprio jogo :
os trunfos que podes deitar
são o espelho da tua
versatilidade
joga com a cautela
que te é usual
assim, não perdes o que podes
ganhar
( recuperas sempre o que perdes )
porque a vitória
só é possível num jogo viciado.


O que nos une,
e é necessariamente
urgente
que disso
tenhas consciência,
é o nosso fracasso
árduamente conquistado,
conseguido gota a gota
falhanço a falhanço
pela nossa imbecilidade
pela nossa cretinice.


Tomai
e bebei
do meu cálice !
e, que
o veneno seja
assaz
eficiente !
perdoai
a minha coragem
assim como eu
não admito !
não aceito !
o vosso bom comportamento
a vossa boa disciplina
a vossa boa organização.


Tomai
e bebei todos
este meu ódio
permanente
este néctar
que deliciosamente
derramo
sobre os vossos pensamentos
sobre os vossos sorrisos
que,
abusivamente
têm o gosto
amorfo do tédio !


Há um fantasma
dentro de mim
que ocupa o néon do meu corpo
há milhares de sombras sorridentes
que preenchem a minha imagem.


Vou !
vou esconder - me
esconder - me bem
pôr - me fora de vista
a policia do sexo
anda pôr aí espalhada !
( alguém lhes disse
que tinha no frigorífico
as mãos da minha namorada ! )


Como é difícil de explicar a dificuldade do amor !!!
Corações ardentes
paixões violentas
milhares de humanidades
refugiadas
no medo da solidão,
embora fecundem o desprezo
a nulidade da personalidade
e toda a tentativa individual
DO DIREITO À DIFERENÇA .


(Como é diferente
ser - se diferente . )


Tomai e bebei todos !
este é o veneno do meu corpo
para vossa glória
por mim derramado.


Dão - vos um yô - yô
e com ele brincam à felicidade.
E depois dizem -me :
assenta bem os pés
no chão !
então
como poderei tirar as calças ?
( evitemos
as perguntas perturbadoras ... )


assumamos
de uma vez por todas
a conveniência da comum conveniência.
Consumamos
consumamos a necessidade de ser necessário consumir.
Consumamos até á exaustão
a necessidade da ignorância,
dos prazeres consentidos
pela legalidade legalizada.
( amor : que jogo mais estranho ! )


Vou escrever
uma carta apaixonada
antes que aniquilem esta
vontade louca que tenho de ser feliz !
corações violentos
paixões ardentes :
enterrem
a minha paixão
na curva
do rio.


Haveremos de viver !
o homo sapiens
usa perfume penetrante
bebe coco cola
e encharca o corpo
com desodorizante.
Assim,
tudo ! tudo não passa de
reclame
iluminado pelo néon
da nossa estupidez.
Amen !


Desolação !
Sou um anjo da desolação !
estou farto de lutas
Árduas conquistas e
Principalmente
do herói de celulóide
que aconselha a pasta dentífrica
que devo usar.


Resta - nos esperar
pela imortalidade da morte
porque
as pessoas diferentes
acabarão por realmente
VIVER !
84.jan

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