Já chegaste?
Caminho esse deslizando numa partitura de oxalá.
Farto de tentar o sonho idiota, mãos erguidas para um orgasmo desconhecido, órfão das partidas indesejáveis tatuadas na inconveniente memória do adeus, a mãe de todas as impossibilidades.
Árduos tempos matando a esperança de qualquer desejo, recolhem porta-a-porta os abraços escritos nas noites amadas na solidão.
Rogo envergonhado, escondido no amargo cansaço nunca deixando de acreditar no missal da bondade.
ATÉ AO FIM DA DESGRAÇA
Já chegaste?
Porque esvaziaste o paraíso?
E agora?
Que cama para as estrelas sonharem?
Tamanha maldade nunca abandonará o sentido do fim.
Poder-se-ia ter ido para lá da imbecilidade, mas, rola-se sempre na errada escada.
Contudo a morte nunca será o fim de coisa alguma.
A verdadeira importância nunca caberá no forno da idiotice.
E os dias claros como o sabor dos velhos vinhos, chegarão em rendadas núpcias, como de facto está lavrado no Salmo dos Salmos, lá para os lados do inferno dos céus.
Quando ali se chegar, (não importa o altar), pedir-se-á um poema para louvar.
ATÉ AO FIM DA DESGRAÇA
Já partiste?
Não magoes o último contentamento.
Liberdade o que é feito de ti?
Nenhuma desculpa para as traições cometidas em teu nome.
Aparece lesto este desalento marinado no mar dos vampiros viajados na barca dos desgostos.
ATÉ AO FIM DA DESGRAÇA
Abaixa um pouco a luz.
Não quero incomodar a inveja d`Ele.
Não sei porque me trouxeste aqui.
Devias saber que a imaginação só faz de mim um descarado sem vergonha.
Não me mandes embora.
Poderei ser o teu cãozinho.
Disseste que tudo iria dar certo.
Acabei abraçado a um colar de algemas.
Como poderei apertar as goelas à via-sacra do desencanto?
2025Set_aNTÓNIODEmiRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
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