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terça-feira, 30 de setembro de 2025

BARCA VELHA


 Amantes abandonados
Numa barca velha
Dois copos tombados
Procurando a deriva adormecida,
Tornam o amor absoluto.
    Pairámos em ondas
Que absurdamente nos alvejam
Com as setas do cupido.
    Há dias mais que perfeitos
Para embalar
A circunstância repetida.






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CAOS SOLIDÁRIO

 



Confortavelmente solidário 
no meio do meu caos

Não estou bem nem mal

Este haver já não me 
pertence


,2023Out_aNTÓNIODEmIRANDA
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domingo, 28 de setembro de 2025

TZERO

 



O mundo é um TZero. 
Também é verdade que nem todos os motores a diesel, trabalham da mesma maneira. 
Dizia-me o Carlos taxista.
Retorqui: a estupidez intelectualizada continua a ter como objectivo único não compreender esta verdade.
Os doutoramentos são como rolos de papel higiénico. Cagamos as folhas e lavámos as mãos para justificar a nossa desconfiança.
Quem vive neste quintal admite os muros que confinam esta ideia.
Louvados sejam aqueles. Os que apesar de tudo, continuam a pensar que nada disto lhes diz respeito.
Sejamos simples. 
Se tal não acontecer, será melhor não fingir.
As ecografias podem ser terríveis.
A minha médica desconfia que sou maníaco antidepressivo.
Receitou-me bífidos antigos.
Os coletes de salvação não são de fiar.
Vamos com kalma.
Podem usar o pau do segurança e ajustar a câmara para tirar a selfie espontânea.
Não me dou bem com a preparação prévia.
Nova corrida, nova viagem. 
É grátis p`ràs ladies e as senhoras não pagam.
Por favor, tirem os pés do estribo.
Não amachuquem as granadas.

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Big Walter Horton ~ ''Tin Pan Alley'' & ''Skip It'' 1977

Lou Reed Rock & Roll Jun 15, 1986

sábado, 27 de setembro de 2025

PERFECCIONISMO CAÓTICO

 


            Como vês não estou mudado. 
Fartei-me de ser quem fui.
            Vai-se o tempo atado à hora da chegada despedindo-se do alento para a derradeira ida.
            Arriscar a felicidade num banquete de sangue nas asas da alameda do infortúnio reciclável, perante a enormidade da distância dos abraços. 
            Ventre canonizado escondendo o soneto da loucura. 
            Só os poetas poderão entender a quietude das palavras. 
            Roubem-nos a sensatez. 
            Aqui jazemos nesta súplica iluminada furtando a sombra onde irá morrer a última vontade. 
            Recordações maltratadas, 
Insónias acenando nos escombros da penumbra, pedaços do passado nas visões não convidadas.
            Só as Janelas perfeitas 
oferecem o outro lado dos dias.
Benvindo.
            Fico feliz em ver-te, 
perfeccionismo caótico.
            Como vês não estou mudado. 
Mas deixei de ser quem fui.




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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

CEMITÉRIO SEM LÁGRIMAS



Deixei de abandonar memórias, 
fustigar corações tatuados,
nos sorrisos que pretendiam enganar a desilusão. 
Cortei-me nos modos possíveis, 
menti algumas maneiras, 
mas, o sangue preso nos pulsos 
queria a liberdade de um só momento, 
de uma única altura, que rasgasse a correia demasiadamente atada a uma vontade que não posso admitir. 
Estranha forma de vida, 
esta que recusa ensinar o meu morrer.
Pássaros bêbados acompanham-me até à cama. 
Não fazem perguntas estranhas 
nem comentam a beleza do meu triste choro. 
Nada encontro neste outono 
que não se cansa de me procurar. 
Deixa sangrar. 
A raiva tem o nosso nome, 
e a razão está cansada das lisonjas. 
Não passo de um simples curioso, 
agrafado ao que resta deste apagão. 
Cansa-me esta coreografia, 
amorosamente com sabor a pecado.
Equívoco continuo,
ilustrado nestes defeitos  encadernados.


,2021Dezembro_aNTÓNIODEmIRANDA
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quarta-feira, 24 de setembro de 2025

TODA A GENTE DEVIA ANDAR PEDRADA E MÃE NÃO ME DIGA QUE É UMA IDEIA ERRADA

 


Estou a perder a cabeça.
Já não calco os passos que me levavam até mim. Danço os sons da floresta nesta amálgama de incúrias lambidas suavemente pela língua da minha aparência. Percorro-me de lés a lés num golpe estranho ao batuque do coração. Visto-me com a vontade congelada aguardando o seu degelo para nela naufragar. Esta é a fé que não pode ser salva pelas trompas gloriosas da ventura insaciada. Há um desejo repetido tantas vezes sem conta um soluçar de esperança atrevido e um não estar orado nas preces sem deuses. Estou vivo no modo contrário da normalidade narcotizada embora assuma a plenitude da minha falta de defeitos. Tenho uma tranquilidade adversa uma vontade dizem que perversa e um juramento infiel bailando a valsa dos arrependidos que estão por chegar. Guardo num saco azul quezílias bolorentas sediadas num paraíso artificial que ainda não encontrei. Não digas não sussurra a velha canção. Olha que amanhã também poderá ser um dia como deve ser.
Mudar de rumo também não me apetece.
Perco-me facilmente nas propostas indecentes.
Passam um milhão de medos pela minha cabeça. Não tenho desculpas para todos. Frito as tristezas nos sorrisos sem futuro, mas não tenho pele para tantos golpes. Nada está calmo nesta nuvem com sons cada vez mais desavindos onde estranhos que já conheci acenam com bandeiras da última meia-noite. Mas eu quero mais : o sonho que não dormi! Quero um cocktail de luas maliciosas. Um sono não amolgado.um outono sossegado. Um velho blues sincopado. Um abraço não ocupado. Uma aleluia sofisticada com berros dos cordeiros sobreviventes e cútis fora das hóstias e histórias sem morais inóspitas e uma vontade sempre a arder. 
Um relógio fora de horas um tempo sem demoras e uma ideia sempre pronta para acontecer.
Estou a perder o coração.
Não digas isso que me dá dó. Diz-me a minha fralda madrinha. Coitadinha, não sabe que está só. Todas as mães deveriam estar no céu. Refiro-me unicamente às boas mães.
Que poderei eu fazer se nada pretender?
Vi aquele cogumelo naquele lugar estava vivo tive de o abraçar. Vou oferecer todo o meu desejo. Talvez sim provavelmente não. Só quero uma noite de cada vez na minha lista de espera. A minha porta já pouco se abre. Todas as cores morrem sem me avisarem. Ninguém chora a orfandade das tintas. A palete desmaiou a espreitar a fechadura a carpete foi aniquilada como obra de arte gongos ao longe disfarçam o seu choro.
A minha cabeça entrega-me a chuva dos dias de prata onde dormem as primaveras amistosas. Sonhos voam nas ravinas dos murmúrios para esconderem as lágrimas. Estou no meio das sopas dos ninhos das borboletas dos sorrisos multicores. Guinchos de ambulâncias queimam as esponjas do fim do dia. A brigada dos choros convulsivos recolhe dissimuladamente alguns poemas. A angústia é uma colher onde nunca tudo caberá.
A minha cabeça diz-me que estou certo. Hoje preciso da sua ajuda. Quero o seu amor esta noite. Agora ouço as suas palavras que me prometem as imagens que quero. Preciso da sua ajuda. Hoje quero que o seu amor me ofereça as folhas do outono prometido.
Sinto-me tão preguiçoso. Vou dedicar-me a pintar o teu sorriso vestido com as nuvens do teu olhar. Podes ouvir-me querida amiga neste absurdo da vida com que celebro a tua presença num TANGO WHISKEYMAN.



2017ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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JOHN CLELLON HOLMES - Hotel Beat _ Antologia da Poesia Beat

 






JIM CARROLL - Hotel Beat _ Antologia da Poesia Beat

 





HERBERT HUNCKE - Hotel Beat _ Antologia da Poesia Beat

 




terça-feira, 23 de setembro de 2025

TESE SEM ERROS

 


Amo-vos com toda a impossibilidade 
que atormenta
este odor de axila quezilenta 
onde afago os últimos beijos.
Sabor sem néctar, 
num cheiro engarrafado 
com angústias pregadas 
nesta escada de cristal 
pintada de abraços amolgados
pelo destino possível.
Talvez não seja errado, 
agora dizer, 
que o amor nem sempre é 
uma tese sem erros, 
e os exames que a consideram acessível, 
mentiras escritas 
nos livros com capa cor-de-rosa.






,2017,mai_.aNTÓNIODEmIRANDA
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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

SEXO, FACAS & SANGUE NO LENÇOL

 


Paixões violentas!
Corações ardentes encontraram-se mutuamente num desejo incomum.
Pensaram gemer aquela canção que tinham visto no filme.
Eram agora artistas na cena de cama sem jeito algum.
No encanto do acontecer, injectaram todos os falhanços, revisitando alegorias da paixão mentirosa.
Partilharam as suas mortes escrevendo no lençol o endereço do paraíso artificial.
Nunca souberam que o sangue foi notícia de primeira página.
Ignoravam a importância da impressão vegetal.
Tornaram-se um case study embora ninguém tivesse compreendido a sua forma de amar.
Escreveram-se poemas sobre esta ocorrência, mas o agente da 8ª esquadra nunca os manipulou.
Sexo, Facas & Sangue no lençol, 
conta agora nas estatísticas do amor que nunca deveria ter acontecido.
Há cinzas que queimarão todo o sempre.



,2017jan_aNTÓNIODEmIRANDA
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SHOTGUN

 


Encontrei certas veias serradas no álbum das fotografias. Um curioso fotógrafo pensou que as congelou. O gelo matou a máquina e escondeu o negativo. Li esta notícia, sentado em frente do engraxador das mentes coloridas. Não percebo nada de abismos e não estou com grande vontade para relembrar esse sorriso. Há por aí muitos parvos que pensam que sou eu que lhes engraxo os ténis.
Quero que se saiba, que sou um intelectual da esquerda minimamente alcoolizado em raids submersos de conversas sem título. O que você leu, alguém escreveu e isso nunca satisfará a minha curiosidade. A sua cabeça exibe bolas de pingue-pongue e a minha raquete não está para as jogar. Poderíamos falar de uma atitude profiláctica, mas a minha paciência neste momento, está pouco saudável para aguentar explanações de bidé. Iremos tentar o “AIKIDÓI”, mas não quero que se magoe. E, devo dizer, não aprecio por aí além a sua postura de “pizza hut”. Não sei quem o convidou para este filme, e reconheço sempre quando um realizador não está na plena posse das suas possibilidades fecais. Temos estrumes diferentes, o que torna neste caso a vida numa grande diarreia. Já reparou que nos estamos a entender, pensa você com esse tom argiloso, andar dengoso e estupidez pepsodent. Não vimos a mesma cena no écran que mirámos. Mas não é grave. 
Tenho quilómetros de vaporizações de desodorizantes habilmente aconselhados, e isso, permita que lhe diga, dá-me uma certa fragância para aturar os imbecis que cada vez mais invadem a minha área geográfica. Gostaria que isto acabasse bem. Não por uma questão de consciência, mas o tempo vai passando, a idade avançando e a pontaria já não é o que era. Tenha eloquência, meta uma pose de irreverência, encoste-se ao muro. Mantenha-se sereno! Assim está bem. Então, gostou do furo? As despesas do funeral são por conta do governo.








Melides,2017,jul_aNTÓNIODEmIRANDA 
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SERRIM

 


Nódoas traçadas na toalha bordada horizonte peneirado névoa de manhas retardadas um fugir lento sem situações confiáveis. 
Nada faz sentido neste monte de cavacas brevemente arrastadas em tons e cinza.
O vento empurra o serrim alçando nuvens que alcançam a espuma dos dias. 
Nada restará deste pó tantas vezes crucificado na vã glória do sonho nunca acontecido. 
Os retratos fugiram das molduras habitando agora um hábil desleixo que enche estas mãos sem nada para abraçar. 
E esta perseverança repetida assobia aos ouvidos as canções do serrim vagabundo que jura nunca nos abandonar. 
No chão da lareira ardem todos os prenúncios deixando um cheiro angustiado que suja a solidão.
E depois há um soalho velho e gasto por tantos passos que tantas vezes nos levaram a lado nenhum. 
E o sol oculto nas janelas demasiado apressado na longa caminhada para acordar os dias. 
E um torpor gélido que ponto por ponto sublinha as palavras da circunstância que nos pariu.



,2017,abr_aNTÓNIODEmIRANDA
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domingo, 21 de setembro de 2025

SESSÃO MATINAL DAS FEZES

 


A perspectiva que me querem vender
é uma vacina bacteriologicamente infectada.

Uso-a na sessão matinal das fezes.

Carimbo no papel higiénico
assinaturas de concordância.







2017,jun_aNTÓNIODEmIRANDA
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sexta-feira, 19 de setembro de 2025

A DÚVIDA QUE TE PARIU

 



Que Idade

Terá

O Céu?

Perguntou

A Angústia Do

Mundo


Será 

Tão Velho

Como A Dúvida

Que 

Te

Pariu



,2021Julho_aNTÓNIODEmIRANDA
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ALMA MULTIUSOS DA FUGIDIA TRISTEZA

 


Estou a sangrar

Este presente corta

Cada hora é uma despedida

Cada momento encontra a dor

Obrigado alma multiusos da fugidia tristeza 

Faz de mim o beijo que tocará na tua pele 
suaves lábios de jasmim 

Aninhado no teu umbigo 
afago no sexo 
sabores que voltei a lembrar




,2021Dezembro_aNTÓNIODEmIRANDA
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quinta-feira, 18 de setembro de 2025

PEDRA ROLANTE

 


Deslizo num tropel de cornetas envolto em falsos pensamentos que não posso reparar.
Não sei naquilo que me tornei. 
Não consigo apanhar as silhuetas que bailam na minha cabeça, e que jogam o mais sujo dos sonhos nesta tempestade vestida de fantasmas. 
Quero dançar a beleza do fim do amor. 
Afastem o cheiro das velas queimadas. 
Pretendo outra estrada, novas lembranças, 
desinfetar a escuridão que paira nos meus ombros, uma heroína não falsificada, um beijo não suplicante, qualquer luz que não mostre o caminho mentiroso.
Sim! Tudo!
Tudo foi diferente naquela manhã. 
Voltei a ser o rapazinho a imitar alguém que não eu. 
Pedra rolante, 
choro secreto escondido na mala dos sonhos
que pintam toda a ausência. 
Nada cabe neste bailado de passos perdidos. 
Nem sempre segui os conselhos dos sorrisos desconfiados, 
e, disso ainda não me arrependi.
A glória nunca dormiu ao meu lado. 
Continua a ser a mais cara das aldrabices, 
a única puta desonesta. 
O que faço quando estou só?
Esfrego o cheiro da tua pele nas cordas da minha angústia. 
Ajoelho para beijar o sabor da nostalgia, 
e corro para o riso da tua cocaína. 
Quantas vezes nos prometemos naquele baile de marionetas? 
Dêem-me cicuta! 
Um solo do Ron Wood
Um sniff do Keith Richard !
Estou com sede!
É só para erguer a moral. 
Toda a vez que fico assim, 
ganho a certeza que nem só os pássaros podem voar.
Nunca sonhei com alguém parecido comigo. 
Talvez tenha adormecido com a desgraça desse momento. 
E, como sempre, ninguém ofertou o ventre do conforto.
Suicídio alegre, não enamorado da noite das estrelas livres. 
Mas eu não me importo se o pôr-do-sol não acontecer no parapeito do meu optimismo.
Não passo de um tocador de gaita com algum jeito para fritar croquetes.
A harmónica dos blues chega com a noite para me acordar. 
Disfarço o convite prometendo-lhe o paraíso do Baudelaire.
As coisas mudaram. 
Em muito destes anos, as flores do mal foram simpática companhia.
Confesso que nem sempre estive atento aos sons do silêncio. 
Era jovem, e apressar os tempos do relógio, distraia-me.
Que alguém me ajude a contar mentiras verdadeiras.
Claro que tenho saudades.
Mas tento não tocar neste chão que grita 
a dureza dos momentos que matam.
Voei alto nas asas do ícaro desenfreado. 
Aterrei no terreiro vizinho da desgraça, 
saltei a negação, enrolei paixões de breves futuros.
Esconde-me no escuro do teu altar 
-ama-me mesmo que não consigas
-molha-me o desejo, mesmo sem beijo. 
Sabemos que o amor é cego e nunca ouvirá as nossas desculpas.
Só posso prometer um final feliz no satélite das notícias avariadas
Pai meu, não sei onde estás. 
Não preciso da tristeza pintada na lua de Havana 
montada pelos cavaleiros da tormenta 
que desassossega os gemidos das noites sortudas. 
Prometem mudanças, mas só queimam as memórias. 
Roubam tudo nesta mentirosa valsa. 
Até Deus perdeu a esperança na farsa que vos entregou. 
A misericórdia é a mais cotada trapaça na bolsa das acções nefastas. 
Tempos sujos!
Se pudesse, rezava por ti. 
Mas não sei ler esta doutrina.
Fico no quarto das memórias coladas. 
Divirto-me neste arco-íris povoado de alegres pirilampos.
Acendo guitarras imaginárias, 
desato os nós que me encaminham para o céu 
que nunca me encontrará. 
Até porque o paraíso está num sossego monstruoso. 
Degustados nas encrencas, 
os usurários deixaram de pagar o condomínio. 
A administração demitiu-se. 
Procuram-se substitutos à altura. 
Os interessados que publiquem o curriculum vitae em mensagem privada.
Pretende-se um defunto afável - de fino trato
-humor em mau estado de satisfação.
Em verdade vos cuspo:
O tempo não passa de uma asneira ignobilmente repetida.


,2021Novembro_aNTÓNIODEmIRANDA
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quarta-feira, 17 de setembro de 2025

CONSELHO CELESTIAL

 


CA$H 

                        &


                            APARECE 



2025Set_aNTÓNIODEmiRANDA
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terça-feira, 16 de setembro de 2025

ESPALHAR A BELEZA NO ARCO-ÍRIS

 

Já posso secar o tempo
e rasgar na pele
as solidões do teu perfume.

A cicatriz que me entregaste
uiva nas noites vestidas
pela tua ausência.

Espero outras asas
que nos separem
da confusão que juntamos.

Cortar-te,
e espalhar os pedaços,
é a solução mais viável,
que desejo nunca
esquecer.


,2020Set_aNTÓNIODEmIRANDA




CONVALESCENÇA

 


Eu 

    E o que de mim 

                                Restou 

No pouco que 

                        Prestou 

No eu 

                                    Que já não sou 

Para que serviram os anos 

                                            Deste tempo 

Que de mim 

                        Se cansou?





,2022Out_aNTÓNIODEmIRANDA
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CONQUISTA FOLGADA

 


Venceu 

Tudo 

Que 

Havia 

Para 

Perder.

   


,2022Set_aNTÓNIODEmIRANDA
Casa Branca* Praia de Melides
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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

SOU APENAS UM PARASITA DISFARÇADO DE PARAQUEDAS

 


Esquece a mania do futuro.

Estima outras lérias.

Não penses como Ele.

Embora nem sempre disponível, 
sou menos desagradável 
e economicamente 
um pouco mais acessível.

Tenho medos para derrotar! 

Mas por favor,
Não contes comigo.

Sou apenas um paraquedas disfarçado 
de parasita.

Post scriptum
não te esqueças de deixar um tira nódoas 
na ranhura da ressequida lembrança.






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TRETA

 


No supermercado do amor 

Procurei o teu olhar

Triste montra 

De desacertos

Love me baby 

“Ambos sabemos” 

Inevitabilidade 

Dessa treta




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SAUDADES SEM FUTURO

 



Que 
Fui

&

Aquilo 
Que 
Já 
Não 
Sou







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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

UM SORRISO PARA O INVENTÁRIO DOS SONHOS

 


Na janela do sonho 
é permitido chantagear a morte.
(gentil oferta da confiável certeza).

Mesmo empenhar o tédio
(por um mísero elogio)
como se inverter o futuro
num abraço apreciado,
fosse mais do que uma ideia promissora
com vista para a última vez. 

Na janela do sonho
embalsama-se o tempo
numa pressa nunca acabada.






2025Ago_aNTÓNIODEmiRANDA
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REINO DOS SONHOS

 


Saudades 

De 

Me 

Lembrar 

De 

Ti



2025Ago30_aNTÓNIODEmiRANDA
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ESQUADRIA DIDÁCTICA

 


Betumar ideias

Afagar o sentir com ligeiros toques 
de sabedoria

Ornamentar abraços no fascínio da 
fantasia

Aguardar a serenidade no vulcão da 
sensatez

E esperar sentado com a mira 
infalível 
a ressaca dos deuses 
mentirosos

Decantar sensações sem dó
 nem saudade

Moitar por aí

Só para respeitar a memória 
possível




2025Ago_aNTÓNIODEmiRANDA
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SORTILÉGIO DIVERSIFICADO

 


Sonho que de mim não existe 

                        Choro medonho 

            Prece fugida 

                                                Ondas 

            Zumbidos 

Só queria caminhar neste afoito 
sentir 

Só desejava não divagar 

Achar sem habitar o refúgio 
do tolo convencimento 

Saudades daquele calhar

Que tardava 

A solidão







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O CONTRÁRIO

 


Sou 

Como estou 

Muitas vezes 

Contrário 

Disso mesmo



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CANÇÃO DA AUTO-ESTRADA / Otis Redding - (Sittin' On) The Dock Of The Bay (Official Music Video)






[E o teu amigo especial é a tua sombra nos momentos em que invejas o conforto da casa]. 

Esse bálsamo desconfiado que te fez pegar na mala e largar. A tua alma é um saco de viagem repleto dos sonhos que te acompanham. Agora és uma solidão não sozinha, nunca igual à que vês nos olhos apressados daqueles que sem qualquer sentido, caminham para o mesmo lugar. É a hora do lobo, onde o sol mal disposto e cansado, vai enganar a lua. E o teu amigo especial é a tua sombra nos momentos feitos de esperança às vezes com lágrimas com o sabor da hipótese mais apetecida. É sempre tempo para se viver aquilo que ainda não aconteceu. Agora que a noite caiu, e o polegar é o teu anjo da guarda, há um frio que te deseja e abraça o corpo. Há uma espera imaginada. Agora qualquer beijo seria bem-vindo. Qualquer tronco de árvore no jardim será a tua cama. Agora que rogas no teu único silêncio um soluço que nem de saudade já é, agora onde todos os minutos recusam o adormecer, e o medo habitual vai fazer-te companhia, agora que te apetecia chorar mas falha-te a vontade, agora não podes parar. É a vida feita saudade. E há sempre um carro que policia com olhos curiosos. Abeiram-se de ti e pedem uma qualquer identidade, menos aquela que te pertence. Partem para voltar. Voltar sempre mais cedo do que era imaginável. Observam-te vigiando a atracção da tua diferença. Agora, todas as estrelas que tu não vais sonhar foram dormir. Deixaram-te sozinho e não te iluminam o tecto. É sempre longe qualquer desejo. 
Nem um cão está tão abandonado. Logo, quando o frio for mais forte, terás pensado, talvez mais um dia, afinal sou um gajo com sorte. 
E vais tomar o banho habitual, numa qualquer retrete de estação, lavando a tua bondade em suaves prestações. Então, esperarás como sempre, por alguém sempre ausente que continuará a não te estender a mão. São fáceis todos os sorrisos. É normal o desprezo com que passam por ti. Hoje e amanhã, nada será diferente 
Mas tu tens a estrada da alma enorme que impede de seres tal gente.
Fugiste dos caminhos perfeitos. Em tempo algum foi aceite a tua necessidade. E a tua consciência sempre foi confundida.
Adormeces com uma faca na mão, sabendo que nem sequer vais ter tempo para a usar.
Educadamente dizes boa noite ao “clochard”.
Ele farto de ti Saúda-te com um peido
Nem um deus mentiroso tens para confiar.
Agora fazes-te lembrar naquela velha música:

Sitting on the dock of the  bay 
Watching the tide roll away



,2015abr_0,22h-14aNTÓNIODEmIRANDA
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NÃO QUERO TER SAUDADES DE MIM

 


O

Velho

Fantasma

Adormeceu

Aqui





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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

ATÉ AO FIM DA DESGRAÇA

 


Já chegaste?
Caminho esse deslizando numa partitura de oxalá. 
Farto de tentar o sonho idiota, mãos erguidas para um orgasmo desconhecido, órfão das partidas indesejáveis tatuadas na inconveniente memória do adeus, a mãe de todas as impossibilidades. 
Árduos tempos matando a esperança de qualquer desejo, recolhem porta-a-porta os abraços escritos nas noites amadas na solidão. 
Rogo envergonhado, escondido no amargo cansaço nunca deixando de acreditar no missal da bondade.

ATÉ AO FIM DA DESGRAÇA

Já chegaste?
Porque esvaziaste o paraíso?
E agora?
Que cama para as estrelas sonharem?
Tamanha maldade nunca abandonará o sentido do fim.
Poder-se-ia ter ido para lá da imbecilidade, mas, rola-se sempre na errada escada.
Contudo a morte nunca será o fim de coisa alguma. 
A verdadeira importância nunca caberá no forno da idiotice. 
E os dias claros como o sabor dos velhos vinhos, chegarão em rendadas núpcias, como de facto está lavrado no Salmo dos Salmos, lá para os lados do inferno dos céus.
Quando ali se chegar, (não importa o altar), pedir-se-á um poema para louvar.

ATÉ AO FIM DA DESGRAÇA

Já partiste?
Não magoes o último contentamento.
Liberdade o que é feito de ti?
Nenhuma desculpa para as traições cometidas em teu nome.
Aparece lesto este desalento marinado no mar dos vampiros viajados na barca dos desgostos.

ATÉ AO FIM DA DESGRAÇA

Abaixa um pouco a luz. 
Não quero incomodar a inveja d`Ele.
Não sei porque me trouxeste aqui. 
Devias saber que a imaginação só faz de mim um descarado sem vergonha.
Não me mandes embora.
Poderei ser o teu cãozinho.
Disseste que tudo iria dar certo.
Acabei abraçado a um colar de algemas.
Como poderei apertar as goelas à via-sacra do desencanto?




2025Set_aNTÓNIODEmiRANDA
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Manu Chao - Me Gustas Tu (Official Audio) Tásse bem em "LAS NALGAS". Qui hueras som mon curazon? 5 de lá tiarde. Mi gustas tu..