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segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

ALVÍSSARAS

 


Há por aí alguém que possa explicar o que vai na alma de um poeta?
Há um burburinho como pano de fundo dirigido por golfinhos contentes, guardadores de museus sem visitas curiosas.
Escondo a minha timidez numa moldura para ninguém a fotografar. Sou uma falsificação sempre presente, diluída num cocktail presumido.
Fecho-me nas copas deste baralho desordeiro e sonho um dia investir nas acções da companhia das ideias vagas. Ninguém me afina o teclado e começam a ver-me como uma antiguidade não apetecível. Estou fora do catálogo das superstições idiotamente confiáveis. Assim como uma velharia com a alma em 2ª mão. A lua que me acode jaz enrolada numa carpete azul. Ninguém visita a minha galeria, e o marchand está a ficar nervoso nestes tempos selados em horas encolhidas. E o bater do cansado relógio, acabará como sempre, por adormecer a parede.
Fica tão longe!
Anuncia-se um concurso de cartomantes, excelentes executantes nos procedimentos do “um-dó-li-tá”.
Há por aí quem compreenda o que vai fugindo da cabeça do poeta?
Dão-se alvíssaras.




Melides,2017,jul_aNTÓNIODEmIRANDA


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