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sexta-feira, 22 de abril de 2022

LeRoi Jones (New Jersey, EUA. 1934-2014), Amiri Baraka Um poema de Amiri Baraka traduzido por Roberta Pohzeln

 Nascido Everett LeRoi Jones (New Jersey, EUA. 1934-2014), Amiri Baraka foi uma importante figura literária, cultural e política. Poeta, dramaturgo, ensaísta, crítico cultural e professor, Amiri Baraka também foi ativista político com efetiva participação na luta por uma revolução negra nos Estados Unidos. Ao longo de sua trajetória política, Amiri Baraka também reivindicou os direitos de minorias étnicas, sobretudo no que diz respeito à opressão neoimperialista e às consequências do capitalismo no aumento da pobreza, da fome e das desigualdades sociais.Profundo estudioso de blues e jazz, e entusiasta do rap e do hip-hop, Amiri Baraka publicou relevantes obras sobre a música negra e suas questões sociais e  culturais: Blues People: Negro Music in White America (1963); Black Music (1968); e The Music: Reflections on Jazz and Blues (1987). Aliás, o blues e o jazz são temas e material poético para muitos de seus poemas.

(NO BLOG Palimpsestus)


Babilônia Revisitada

A coisa abatida
sem órgãos
rasteja pelas ruas
da Europa, ela será
indultada, com seu vestido de morcego emplumado
sem órgãos
com feridas em seu interior
até a cabeça dela
uma vasta câmara de pus
de memórias vu(lvares)rmosas
sem órgãos
nada para fazer bebês
ela será a grande bruxa da lenda euroamericana
a que sugou a vida
de algum negro desconhecido
cujo nome será conhecido
mas cuja substância nunca será
nem mesmo por ele
que jaz em um pilha de dermonarcóticos.
Esta vadia matou um amigo meu chamado Bob Thompson
um pintor negro, um gigante, certa vez, ela foi reduzida
a uma pífia imitação marica
cheia de buracos Americanos e um macaco em suas costas
estapeou aviões
lá do empire state building
Que esta vadia e suas irmãs, todas elas,
recebam minhas palavras
em todos os seus orifícios como soda cáustica misturada com
cocola e xarope alaga
Sintam essa merda, vadias, sintam, agora riam essas suas
risadas histerectomizadas
enquanto suas carnes queimam
e seus olhos se atentam à lama vermelha.

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