Pesquisar neste blogue

domingo, 16 de outubro de 2022

ALUGAM-SE QUARTOS (Nazaré)

 

O poeta,
descansa o olhar no cachimbo, 
e folheia entre os dedos 
memórias sem alta definição. 
Ata as palavras para que não fujam da algibeira, sossegando-as com o fumo que disfarça a fraqueza.
Desenha na ampulheta momentos que não quer esquecer.
Veste o pijama ao mar, 
aquece a areia na espuma do peito, 
e volta e meia, 
desaparece sem ninguém dar por isso.
Lá, naquele sítio, 
onde se atiram pedras à sorte, 
cães curiosos brincam à cabra-cega, 
no calor da luz do farol.
A noite vai caindo, 
agasalhada no sobretudo do nevoeiro.
Alugam-se quartos.
A lua sorri matreiramente.



2018Out_aNTÓNIODEmIRANDA



Sem comentários:

Enviar um comentário