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quarta-feira, 29 de julho de 2020

EU ESTIVE LÁ


Santos alternativos 
procuram outras opções.
O resto é melhor do que nada, 
diz a fome para o desperdício.
Busco um abrigo, 
mas os tempos já pesam demasiado. 
Vivo numa tempestade, que contempla 
o futuro estagnado num cais do metropolitano, pejado de sorrisos injectados. 
Ignoro o painel de azulejos com nomes cuspidos pela indiferença. 
Eu estive lá, 
nos lugares agora sujos. 
Eu vi as palavras que mancharam. 
Eu cheirei na pele a agonia da mais ínfima probabilidade. 
Eu ouvi as façanhas dos cobardes relatando a mutilação da dignidade.
Mas, 
Eu só tinha 14 anos, 
e, 
assim aprendi, 
que o nojo não deverá nunca ter idade.






,2020Julho_aNTÓNIODEmIRANDA

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