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sábado, 29 de setembro de 2018

O CÉU NO OLHAR

 Tinhas o céu no olhar
e um sorriso quase total,
que reconheço, embrulhava todas as dúvidas.
Mas o tempo nem sempre corre para o lado certo,
conforme está desenhado nos mapas.
O barco que apanhamos muitas vezes é um furioso vilão, atrapalha as boas marés sem costa possível.
Fiquemos pela corda que nos aproxima
e deixemos qualquer nó para outras hipóteses.
Riscamos na proa sem destino
e quilhamo-nos no leme
que dirige o nosso abandono.
Temos na mão uma bússola com varicela,
um termómetro exaltado e a vontade pintada numa vela.
Atira-te ao fundo,
mas não magoes nunca o teu sentido.
Salva-te onde puderes.
Para isso,
foge daqui.


2017,jun_aNTÓNIODEmIRANDA

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