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terça-feira, 30 de setembro de 2014

CRÓNICAS DE VILA CHÃ (2) _ 2014set

Vou esquecer algumas coisas, não que me incomodem, mas somente porque não tenho tempo para pensar que gosto delas.
Nada é mais simples do que passar a angústia propositada no passe vite. As horas mornas conservo-as eclesiasticamente na arca de congelação! Devidamente etiquetadas para não haver a mínima hipótese de erro na hora da distribuição....

Gosto de gente feliz, embora habitualmente isso não me diga respeito. Não gosto de meter o nariz, sobretudo para aquilo a que sou chamado.
Gosto deste silêncio ritmado pelo som do relógio pendurado na parede, onde continua acampado um quadro com a última ceia. Qualquer deles me olha avidamente com um convite que ainda não aceitei.
Gosto destes tragos de nada e daquela estrela incendiada , que, ano após ano não pára de cintilar.
Gosto destas noites agora só minhas onde procuro fingir um qualquer cansaço.
Vem ter comigo a memória amiga que me trás aquilo que me apetece. Debaixo da mesa, o meu cão ressona para não me deixar cair na tentação do sono.
Amanhã vou ao quintal apanhar uvas para o meu sumo matinal.
São estes os dias! Calmos …preenchidos com a ausência da futilidade.
antóniodemiranda

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