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domingo, 16 de janeiro de 2022

CORAÇÃO MALTRAPILHO

 

Memórias que perco com o gastar do tempo, 
lágrimas que fogem na pressa violenta, 
escondidas na sarapilheira que conforta 
a secagem dos anos.
Na cama que me inquieta, 
tento arrumar sorrisos, 
calafetar abraços, 
e no logro habitual,
passo na pele um bálsamo 
supostamente milagreiro 
para acalmar a nostalgia.
Escrevo na timidez das palavras, 
aquilo que me apetece fazer. 
Gravo no chão prenhe de sombras, 
um olhar sem validade, q
ue sacode um adeus sacana, 
sempre pronto a iludir-me. 
Paro na nuvem aflita, 
com o respirar que lhe ofereço. 
Não sei tanto assim do desespero, 
das virtudes que ele possa prestar. 
Nada conheço das tendências da felicidade, 
dos sonhos com ida e volta, 
do jejum magnânimo 
que só me enjoa.
Coração maltrapilho, 
infiel amigo das imprecações que costumo rezar:

NÃO CHORES POR MIM. 

,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA

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