Sim!
Sou eu.
Outra vez a bater à porta que não me abre.
Sou eu,
a amolgar a memória, sempre agarrado à mesma derrota.
Sou eu,
a não compreender esta espera, a pintar sabores de ausência.
Sou eu,
a assassinar a angústia, a contar gota a gota lágrimas de indignidade.
Sou eu,
a colar pingos de chuva, a pintar cenários, a fugir sempre de mim, numa pressa desabitada.
Sou eu,
nesta colecção de restos, vendidos em saldos idiotas.
Sou eu,
a encaixar vazios, a erguer as mãos para um destino sujo, a encaixotar desculpas em segunda mão, a pensar redondo com esta fé enferrujada, que não pára de me atraiçoar.
Sou eu,
a perder a cabeça nesta parede grafitada com lamentações.
Sou eu,
vestido com aquilo que já não presta.
Sou eu,
a acenar a um deus que nunca mais larga a cruz.
Sou eu,
encharcado nesta sombra cansada de me emoldurar.
Sou eu.
Outra vez a bater à porta que não me abre.
Sou eu,
a amolgar a memória, sempre agarrado à mesma derrota.
Sou eu,
a não compreender esta espera, a pintar sabores de ausência.
Sou eu,
a assassinar a angústia, a contar gota a gota lágrimas de indignidade.
Sou eu,
a colar pingos de chuva, a pintar cenários, a fugir sempre de mim, numa pressa desabitada.
Sou eu,
nesta colecção de restos, vendidos em saldos idiotas.
Sou eu,
a encaixar vazios, a erguer as mãos para um destino sujo, a encaixotar desculpas em segunda mão, a pensar redondo com esta fé enferrujada, que não pára de me atraiçoar.
Sou eu,
a perder a cabeça nesta parede grafitada com lamentações.
Sou eu,
vestido com aquilo que já não presta.
Sou eu,
a acenar a um deus que nunca mais larga a cruz.
Sou eu,
encharcado nesta sombra cansada de me emoldurar.
,2019Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
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