Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

DEVOÇÃO

DEVOÇÃO
A sociedade nunca me respeitou.
Fingiu sempre tolerar-me
Com tantas promessas mentirosas,...

À espera da minha conversão
Ao seu constante falhanço.
Mas,
Eu só caí na tentação
De tornar possível
A condição
De ser feliz.
Caminho nunca fácil
Para quem tenta viver no modo “errado”.
Rezei
Com a mais possível devoção
Para que eles morressem,
Mas Ele nunca foi meu amigo.
Fartei-me da sua boa intenção.
Não se pode confiar
Em alguém sempre distraído.
Só comi
Hóstias roubadas na sacristia,
Era muito novo
Mas agora sei
Porque aquela mulher gemia.
Era muito novo
E eles já acreditavam
Na minha inocência.
Depois disseram-me,
Como se eu acreditasse
Que deus não dorme.
Mas foi assim que julguei
Que era bom ser padre.
Só que...
Não funcionou a devoção.
Não me sinto culpado
Porque sei que o requerimento
Do meu não arrependimento
Foi entregue P.M.P. no céu,
Embora o porteiro exageradamente bêbado
O tivesse confundido
Com uma mortalha para um charro.

Alguém levou a minha alma
Sem prévio aviso.

Às vezes penso que a sinto
Assassinada por aí
Em forma de graffiti.


.2014aNTÓNODEmIRANDA

Sem comentários:

Enviar um comentário