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segunda-feira, 19 de maio de 2014

2014PORTUGAL (como se fosse poema)...

Portugal !
Agora sou um pedinte !
Mas, não te preocupes :
Isto é só uma espécie de poema.
Eu sei perfeitamente
Que a não notícia da minha morte
Passará despercebida.
Escreverei
No testamento que te vou enviar
Que as tuas pedras
Não me ferem tanto
Como os discursos impregnados de mentiras
Pronunciados em conferências de imprensa,
Onde mentes uma fingida preocupação.
& Costumava ser tao fácil gostar de ti
Quando poderei entrar num supermercado
E comprar o que me faz falta
Com a minha pobreza ?
Portugal ! 2014 !
O meu nojo tem mais idade
E eu quero morrer
Antes do tempo confirmar a tua mentira.
Prometes tudo
E tudo me roubaste.
Nem 1 cêntimo foi devolvido.
Portugal !
Não fiquei surpreendido.
Tu és como um penico :
Mesmo vazio, ocupa espaço.
& Costumava ser tao fácil gostar de ti.
Cheguei a ser feliz com o sabor da tua ilusão.
Que sonho eu aqui á beira mar plantado
Onde a não notícia da minha dor
passa despercebida ?
Mas, não te preocupes :
Não faças isso por mim :
Isto é só uma espécie de poema.
Portugal !
Da tua incoerência
Herdei a insustentável rudeza
De nada ter.
Agora sou um pedinte !
& Costumava ser tao fácil escrever poesia !
A minha raiva
Não acontece para te agradar.
Agora sou um pedinte !
Mas não te preocupes :
Isto é só um poema.
Portugal !
És agora um país
De putos e meninas :
Eles enchem o cú
Elas ocupam as vaginas.
Portugal !
Eu não estou contente.
Vejo os teus desempregados a chorar
Vejo tanta gente a partir
Vejo a tua inversão de perspectiva
Vejo os teus velhos abandonados
Desejando aquilo que nunca deveria acontecer :
Acreditaram no teu sonho
E agora vejo nos seus olhos
Uma indigna condição
Uma vontade apressada de morrer.
Portugal ! 2014 !
59 anos | 47 anos de trabalho
47 anos legalizados pelo teu roubo ilegal .
Portugal !
Vivemos o tempo dos assassinos !
Dos mentecaptos !
Dos inúteis !
Dos inaptos !
Dos cretinos !
Dizes que é para o nosso bem,
Mas porque sentimos
Que nos estás a matar com tantos mimos ?
Portugal !
O teu falhanço nem sequer foi grande coisa.
Não me apeteces !
Já não posso morrer por ti.
Quando te cansarás
Da árdua tarefa de libertares os teus ladrões ?
Portugal !
A minha cabeça tem uma estranha ideia.
O teu estado é caótico.
Estou imbuído de um espirito antagónico.
Tem cuidado : o meu pénis é atómico.
O meu desejo é automático.
Estou farto dos turistas do eléctrico 28
( Quando é que os informas que comprar o bilhete com a merda de uma nota de 50 euros, deixa-me abusivamente quilhado ?)
Portugal !
Agora nada posso impedir.
Vou dizer
E nem sequer é foleiro :
Já foste um país porreiro !
Portugal !
Vendeste-te á puta errada :
A ângela não gosta de ser fodida !
Não tiveste cuidado
E ela é manhosa.
Portugal !
Mandaste-me á merda
Sempre que te disse :
Ela é perigosa.
Portugal !
Vais morrendo
Matando cinicamente
Um povo que lava no rio da grande desilusão
As tábuas do seu próprio caixão.

.2014antóniodemiranda

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