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segunda-feira, 15 de maio de 2023

CACIFO

 


Era o nada
e nada mais do que o nada 
o que restava de mim.

Nada assim acabava
deste nada
para nada,
para princípio sem fim.

E o nada que tardava
fingia a chegada
para um nada
que só fugia de mim.

Navega agora
naquele mar de ouriços caixeiros.

Esqueceram-se 
da minha tábua
num cacifo sem chave.



2018Mai_aNTÓNIODEmIRANDA

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