Todo o tempo do mundo que agarro na mão
faz de mim o caçador solitário neste jardim, despejando uivos dourados cantados nos alcatruzes da velha nora.
Traz-me sons de lembranças coradas na relva idosa, onde flores esquecidas agradecem o meu aparecimento.
Pé ante pé, cortejo as mais desprezadas,
e rego-as com o sorriso que trouxe da fonte
onde bebi quezílias pacíficas.
Para longe vai o sol levando todo o cuidado
para não cheirar a lua.
Pintado pelos pastores, o laranja que consola o céu, risca um vento suave para juntar as cores mais bonitas.
Todo o tempo do mundo é agora uma alegoria cantada pelos cães que assim saúdam a primeira estrela.
E eu encostado ao mais velho dos poemas,
olho para esta folha onde dorme a minha pena.
E numa alegre despedida, enlaço o olhar de tanto gostar de saber que ainda há muito mundo
que não compreendo.
Não quero saber de acrobacias, nem de palavras cosidas em patchwork, nem de interpretações artificias.
Agora! Repito, Agora!
Qualquer elogio para o que escrevo, é uma memória mal intencionada para aquilo que não sei se sou.
,2017,mai_.aNTÓNIODEmIRANDA
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