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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

SILÊNCIO VERMELHO

 Infernos íntimos sem ponto de fuga. Há quem nunca tenha saboreado o significado da esperança. Construímos ninhos noutros corpos, com  a mão que treme quando te tiro a roupa, fazendo da pele uma luva qualquer, que lentamente enternece todo o amor solitário, entre paredes que miram o nosso voo, como se fosse secreto este desejo. Ninguém verá a nossa máscara. São tão pontuais estes dias que a pausa não pode acontecer. O que impede outros passos? Quero que continues a vir todas as tardes e dizer-me este silêncio vermelho das rosas. Quando partiremos a jarra com este cheiro bolorento, onde murcham as outras flores?

2015aNTÓNIODEmIRANDA

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