Porque hei-de acordar com coisas estranhas na cabeça? Ainda que tenha na mão um sapo-boi espalhando a poeira da minha vassoura, muito devagar sem tempo a perder. Não alimento qualquer explanação tecno- táctica, apesar do elevado gabarito do meu não conhecimento.
Línguas usadas molham a impressão digital. Embargam os fluxómetros e afectam o controlo emocional remoto
accionado por raios inflacionários. As coisas vão e voltam e às vezes não acontecem. Pouco a pouco chego sempre atrasado. Cansados vão os copos para a boca. Só tenho a minha solitária guitarra e uma música que não sei tocar. Desenhei todos os caminhos da minha estrada mas falta-me o passo para a caminhar. Já não tenho nomes para chamar. Não quero que deus tenha pena da minha desgraça.
Disseste no telegrama que irias escrever-me uma carta especial. Há dias que espero pelo carteiro mas ele não me dá notícias e assim envelheço os dias mirando as árvores do jardim à procura de um envelope pendurado. Vou deixar esta cidade, já não tenho lugar para estar. Quando havia dinheiro tinha amigos por todo o lado. Agora, sem um chavo, eles não sabem onde me encontrar.
Moral da história:
Maria quando vai à fonte tem a bilha para lavar.
Cuidado que ele anda a monte, pode estar a espreitar.
,2016,06.aNTÓNIODEmIRANDA
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