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domingo, 2 de outubro de 2022

O CONSOLO DA INÚTIL CONVENIÊNCIA

 Desconheço o mês do aniversário da felicidade.

A dificuldade de relacionamento com os meus delírios continua a atraiçoar as minhas mais pacíficas intenções. 

Há muito que não consigo adiar a canseira desta pele. 

Sonho um perfume distante, 
importado da gaiola das ficções. 

Sento-me quieto na lama deste tempo devastado com verbos de pretéritos desrespeitosos. 

Já não procuro a despedida da velha oliveira. 

Calco com os chinelos o sinal da revolta sem significado algum.

Embrulho-me covardemente 
no consolo da inútil conveniência.


  

,2022Set_aNTÓNIODEmIRANDA


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