Todos os santos dançam ao contrário nos caminhos cruzados que lamentam a sua existência.
Enchem ninhos escuros e perturbam a leitura dos mochos.
Convivo bem com os sons do silêncio e facilmente me alegro com o bailado das estrelas que ilumina a minha sombra.
Uma coragem descalça floresce na minha cabeça com rega não automática.
Navego neste canal comandando uma barca apressada e espero estendido num pano de bilhar uma chamada pré combinada.
Meto na boca sementes inférteis e cuspo balas da mais pura imprudência.
Ato os desacatos e entrego-os na estação dos correios perante o sorriso habitual da senhora do balcão 4.
Até à próxima.
É o que costumamos dizer.
Volto à barca, lubrifico a decência, embalo a vontade com o mais atrevido laço.
Endireito o caminho e cambaleio sonolências.
Ainda não sei para onde vou.
Os tempos já não são o que eram.
Certos frios na minha espinha estão sempre a lembrar-me.
A morte é um acto incorrecto.
2017,ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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