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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

O FOGO DO INFERNO

Trazes-me o fogo do inferno.
Mas nunca disseste
como poderia eu aquecê-lo.
Congelo em cuvetes
tremores de frio
e relembro amiúde,
suores com o significado
da tua distância.
Mas o chão que me atropela,
tem toda a pressa
com que esgano
este dissabor.
Deixa-me o vento,
voos destes patos negros,
mais que obedientes à sua rota
constantemente desenhada.
Na areia foram escritas palavras
para destinatários sem nome.
Seria útil
escrever estas memórias
mesmo que o cair das folhas
as escondessem.


2017,jul_aNTÓNIODEmIRANDA

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