Algum dia voarei com estas
asas,
irei fotografar as
entranhas do império dos mentidos,
encalhar na paixão
dos desgostos pronunciados.
Algum dia a bússola apontará
a hora certa para não me achar
desprevenido.
Algum dia o tempo fugirá
do meu relógio e então celebrarei
numa festa íntima
a sua aparência.
Algum dia acabarei fugindo
habilmente das fotografias
e estenderei todas as dores
na memória que nada interessará
a alguém.
Algum dia o monte de enganos
escritos no meu epitáfio,
será mijado por um cão,
nada curioso por aquilo
que pensei ter sido.
Algum dia estará pintado no céu,
o lugar que as estrelas
já não têm para mim.
2018Ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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