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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

DO LADO DA ESPERA, NA JANELA IMPOSSÍVEL



Nem sempre está longe o tempo que perdi.
Certas nuvens mostram um caminho, 
e o vento que as entrega, 
nem sempre é enganador.
Resto quieto, 
nesta curva do jeito cansado, 
olho para o lado certo, 
mais vezes para o errado, 
e, lavro no olhar que me seduz, 
beijos lubrificados, 
vestidos de sal sem cor.
Longe será sempre o infinito que me abraça.
Passo sem pisar, 
aquilo que me desfaz.
E este andar, 
não faz de mim um ingrato, 
quando digo que a morte, 
poderá ser a estrela da sorte, 
escrita com lágrimas passajadas, 
que enfeitam este ferro de enganar.
Do lado da espera, 
na janela impossível, 
a luz desavinda 
pousou na palma da minha calma.
Um som tão velho 
como aquilo que sou, 
entregou-me luas com histórias enlatadas.
É certo, 
que nem sempre estamos atentos, 
para ouvir aquela canção tão recordada 
na roda dos amigos.
Os tempos são outros, 
com anos cada vez mais pequenos, 
os sonhos começam a ficar cansados 
das mesmas desculpas, 
e uma voz que não quero ouvir, 
dita-me memórias ressequidas.
 
2018Jul_aNTÓNIODEmIRANDA
 
 

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