Navego na miragem.
As veias já não querem saber de mim.
Velho corrupto vida encharcada de
incompetências perdões comprados
a mil desculpas por minuto
coragens recheadas de mentiras.
Agora sei porque fogem de mim
os caminhos da verdade.
Tenho saudades dos ácidos
que me acompanharam na atrevida viagem.
Perdi o navegar, disse-me a tela inquieta.
Não compreendo a lonjura deste convite.
Escapa-se do abraço como a cruz
foge da consolação.
Hoje mais uma vez um laço cortei.
Bonecas de filigrana apodrecida
tentam confortar a inquietação
mas eu já nada consigo reparar
Guardo algumas lágrimas
na gaveta da memória especial.
Amadas recordações na alcofa
dos beijos idosos dizem que
o tempo tudo consome.
Quero que a minha alma
apareça noutros lugares.
,2023Ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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