Não te preocupes!
Eu também não!
Até porque está escrito numa caixa de bolachas, onde conservo longe das vistas curiosas a farmacopeia que em nada condiz com a minha maledicência.
Sê saudável!
Bom, isto já é mais difícil, como complicado é tentar aceitar conselhos de imbecis.
Sê feliz!
Agora já começa a ser pior!
Giro a caixa na direcção dos ponteiros do relógio.
É assim que se conjugam certas disposições.
O galo de Barcelos que tenho em cima da mesa olha-me desconfiado.
Não vou abusar!
Não quero atrofiar.
Sou educado!
Mas também não me apetece enfiar os dedos na tomada. Pode ser perigoso diz-me um sábio aviso manhoso a quem devo qualquer coisa com um tempo tão comprido como as teias das aranhas que a empregada faz questão de não abanar.
Ligo o botão da torradeira para fingir que aqueço esta canseira embora o distribuidor oficial da orfandade do século esteja demasiado ocupado com outro tipo de negócios.
Ponho a postura de molho juntamente com a dentadura para depois a secar no aileron do cabriolet porcamente anunciado num programa da televisão.
Como diz a minha sogra no grande saber dos seus noventa anos, estes tipos são uns enganadores!
Veja lá Miranda, tantas vezes telefono e nunca ganhei nada!
E juro que a senhora marca os números de forma apropriada.
,2016,08.aNTÓNIODEmIRANDA
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