Do teu corpo exausto de tanto mal parir
Útero arrependido Flor descalça calcando novo Abril
Ó lástima do meu país quando deixarás de chorar em vão?
E tu alegria do lamento Deixa que não seja só um momento Não quero ser aquele sorriso sem Alma Certificado num qualquer cartaz de boa vindas
Ó pátria imunda quando te cansarás de infectar a minha existência?
O que é feito de ti?
(Olha-me de lado) o “curriculum vitae”
Finjo que não ouço enquanto apressadamente escangalho
o cachecol da perturbação.
Há muito que sei que a memória é um sabão sem respeito.
Procuro no trapézio da ilusão um cometa corajoso.
Nada alcança o caminho entregue.
Nem luz Nem encanto Coisa sem coisa Visão escura Vida sem Cura endurecida a Vontade de tanto ouvir dizer Não.
,2024Mar23_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
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