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sábado, 6 de abril de 2024

NOITES LONGAS NEGAM ABANDONAR O ROUPÃO DA SOLIDÃO

 


Do teu corpo exausto de tanto mal parir
    Útero arrependido     Flor descalça calcando novo Abril 
Ó lástima do meu país quando deixarás de chorar em vão?
    E tu alegria do lamento     Deixa que não seja só um momento     Não quero ser aquele sorriso sem Alma     Certificado num qualquer cartaz de boa vindas 
    Ó pátria imunda quando te cansarás de infectar a minha existência?
O que é feito de ti?
(Olha-me de lado) o “curriculum vitae”
Finjo que não ouço enquanto apressadamente escangalho 
o cachecol da perturbação. 
Há muito que sei que a memória é um sabão sem respeito.
Procuro no trapézio da ilusão um cometa corajoso.
    Nada alcança o caminho entregue.
    Nem luz     Nem encanto     Coisa sem coisa     Visão escura     Vida sem Cura endurecida a     Vontade de tanto ouvir dizer     Não.

    
,2024Mar23_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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