Ai estas prostitutas
Senhoras finas
E de moral
Olham -me felinas
Com ar parvo natural
Se não lhes digo bom dia
Mesmo que esteja de azia
Logo levam a mal
Ai estas senhoras finas
Empregadas de escritório
Com bocas de pia
Inteligência de supositório
Com ares jactantes
Com vinte - um ou mais amantes
Ostentando casacos de peles
Comprados com dinheiro reles
Fruto das suas vendas
Ai estas conversas
Destas senhoras finas
E cheias de moral
Ai os abortos clandestinos
Os enredos das telenovelas
A crise dos intestinos
A inflamação dos ovários
O cumprimento dos horários
As montras do centro comercial
O atraso do período
O stress e o expediente
O incómodo do penso higiénico
A pedra do dente
O vestido da colega
A marca do perfume
O sorriso com sabor a ciúme
Ai o penteado para o fim de semana
Ai este olhar de indiferença
O quarto da pensão
O amante à espera
Se chegar a casa cansada
E sem disposição
O marido não notará a diferença :
Já está habituado.
E o telefonema
Para combinar o esquema
Ai a respeitabilidade
A família a posição
Este ar de ingenuidade
A vagina ganha pão
O rosto pintado
A idade para ocultar
Uma certa liberdade
Na conveniência do falar
A ida ao cinema
A bebida no bar
Mais uma semana :
Sempre o mesmo para contar.
Ai quem me dera ser pássaro
Para nas vossas cabeças cagar…
nov.21.1980. aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
Senhoras finas
E de moral
Olham -me felinas
Com ar parvo natural
Se não lhes digo bom dia
Mesmo que esteja de azia
Logo levam a mal
Ai estas senhoras finas
Empregadas de escritório
Com bocas de pia
Inteligência de supositório
Com ares jactantes
Com vinte - um ou mais amantes
Ostentando casacos de peles
Comprados com dinheiro reles
Fruto das suas vendas
Ai estas conversas
Destas senhoras finas
E cheias de moral
Ai os abortos clandestinos
Os enredos das telenovelas
A crise dos intestinos
A inflamação dos ovários
O cumprimento dos horários
As montras do centro comercial
O atraso do período
O stress e o expediente
O incómodo do penso higiénico
A pedra do dente
O vestido da colega
A marca do perfume
O sorriso com sabor a ciúme
Ai o penteado para o fim de semana
Ai este olhar de indiferença
O quarto da pensão
O amante à espera
Se chegar a casa cansada
E sem disposição
O marido não notará a diferença :
Já está habituado.
E o telefonema
Para combinar o esquema
Ai a respeitabilidade
A família a posição
Este ar de ingenuidade
A vagina ganha pão
O rosto pintado
A idade para ocultar
Uma certa liberdade
Na conveniência do falar
A ida ao cinema
A bebida no bar
Mais uma semana :
Sempre o mesmo para contar.
Ai quem me dera ser pássaro
Para nas vossas cabeças cagar…
nov.21.1980. aNTÓNIODEmIRANDA
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