Elogiar o teu decote que eu imagino mais ousado e tirar algumas das tuas medidas sem imiscuir-me naquilo que gostaria ter nas mãos. Mas o teu andar de geleia com meias de vidro Murano, acaba sempre por me surpreender.
Balanço-te um olhar como se fosse poeta e entrego-te um convite bem-educado para ires beber na minha fonte. Já estive a falar melhor, dizes tu para esta cantiga mil vezes dita.
Falo-te dos encantos de _Lisboa, da sardinha de_Alfama, dos subterfúgios da_Bica e do final de uma noite boa, talvez numa pensão da_Madragoa.
Mas eu sou um simples ineficaz, o que até não faz de mim um bom marçano.
Mas não esperes muito de quem passa os dias a distribuir mercearia.
Hoje em dia as gorjetas são escassas embora certas mulheres elogiem o meu charme.
O que eu andei para a ti chegar.
Fiz a barba com água gelada
e lambuzei a tromba com a segunda via
de um perfume
que vi anunciado num leilão de última oportunidade.
Escrevo poemas que nunca vais ler
e preencho algumas paredes com colagens
onde tu continuas ausente.
Falta sempre uma estrela
e por isso continuo a olhar desconfiado para o céu.
,2016,06aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário