Não percebes!
Não podes contar estrelas.
Nada sabes dos meus desencontros,
do meu caminho às cavalitas da vida,
deste constante contrariar a sina do destino,
das mentirosas certezas que escrevo,
deste cavar no presente
um futuro ardilosamente prometido.
Não entendes o desigual que me conforta,
o nojo com que delicadamente me golpeio,
neste mostruário de sugestões desleais.
Ignoras as mortes que escrevem nesta memória
exausta de tanta fraqueza.
Nunca aceitarás o punhal que guardo
para escrever o teu nome.
Tu e eu,
nunca passaremos da composição mais imperfeita.
E isso,
continuará a ser o duelo prometido.
,2020Nov_aNTÓNIODEmIRANDA
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