Tenho na cabeça a vontade de
ti antes que o inverno a arrefeça.
Se o tempo da memória não morresse lento e
massacrando um protesto nunca findado para entardecer os dias vazios como se
fosse esta a única ficção que nos envolve.
Alguém varre as flores mortas da
cama dos convidados, molhando manchas cansadas que cobrem o chão.
É chegado o
lugar sem nome onde alguém espera para dizer-me aquilo que habitualmente não
quero ouvir.
Desato laços de ternura com nós desesperados de tanta ausência.
Agora
que estou, nem próximo consigo ser. Descem calmas estas noites deixando sempre
memórias húmidas, como se fossem remessas livres, sem destinatários
interessados.
Quando me ouvires cantar esta canção,
lembra-te de mim, como deve
ser.
Não sirvo para a troca.
2015aNTÓNIODEmIRANDA
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