Lamúrias do vento sopram na janela
e escrevem poemas no véu do meu
colchão.
Encostado na almofada dos sonhos apetecíveis,
gravo na lua o possível louvor da audácia
de uma qualquer glória,
que julgava tinha encontrado.
Enrolado na amena cavaqueira dos húmidos murmúrios,
escondo a vergonha na palma da mão.
Cautelosamente, desvio-me para o solar dos abraços anónimos
e imagino escrever nos lábios das tuas ondas, grandes solos de carícias agradecidas.
O sono tarda a dormir.
Desfolho o manual da sobrevivência não abusiva,
e, embora a vontade não o permita,
não desdenharia nunca tentar dar uma cambalhota que não atrofiasse o que resta
da minha salvação emocional.
,2022Out_aNTÓNIODEmIRANDA
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