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terça-feira, 1 de novembro de 2022

SORRISOS EMPLUMADOS_VÉNIAS TOSCAS

 


Lamúrias do vento sopram na janela 
e escrevem poemas no véu do meu 
colchão. 

Encostado na almofada dos sonhos apetecíveis, 
gravo na lua o possível louvor da audácia 
de uma qualquer glória, 
que julgava tinha encontrado. 

Enrolado na amena cavaqueira dos húmidos murmúrios, 
escondo a vergonha na palma da mão. 

Cautelosamente, desvio-me para o solar dos abraços anónimos 
e imagino escrever nos lábios das tuas ondas, grandes solos de carícias agradecidas. 

O sono tarda a dormir.

Desfolho o manual da sobrevivência não abusiva, 
e, embora a vontade não o permita, 
não desdenharia nunca tentar dar uma cambalhota que não atrofiasse o que resta 
da minha salvação emocional. 

 


,2022Out_aNTÓNIODEmIRANDA


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